Missa e ato em Brumadinho lembram os 4 anos da tragédia-crime que ceifou a vida de 272 pessoas; familiares pedem justiça

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Missa e ato em Brumadinho lembram os 4 anos da tragédia-crime que ceifou a vida de 272 pessoas; familiares pedem justiça

Missa e ato marcam data dos 4 anos do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, que ocorreu em 25 de janeiro de 2019. Familiares e atingidos clamam por Justiça e cobram a prisão dos responsáveis pela tragédia-crime

Na data que marca os 4 anos da tragédia-crime, dia 25 de janeiro, uma missa e um ato vão homenagear as 272 vítimas e clamar por justiça. Às 10h, será celebrada uma missa no estacionamento central de Brumadinho (MG) pela equipe da Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser). De lá, os participantes da missa sairão em caminhada até o letreiro da cidade, onde se somarão a outros familiares para realização do Ato em Homenagem às Vítimas. Todo dia 25, neste local, é realizado o ato mensal em honra às 272 vítimas.

O ato terá exibição de vídeos em telão instalado no local, apresentação musical, falas que clamam por Justiça, Encontro e Memória, a tradicional chamada dos nomes das 272 pessoas que perderam a vida no rompimento da barragem da Vale e a soltura dos balões que representam cada uma delas.

Segundo a diretoria da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (AVABRUM), que organiza as manifestações, o objetivo da programação dos 4 anos da tragédia neste 2023 – que começou no domingo (22/01), com um Pedal em Homenagem às vítimas, o Memory Day – é “cobrar por justiça, denunciar a morosidade dos processos judiciais que buscam responsabilizar os executivos e técnicos que fecharam os olhos para os problemas da barragem em nome do lucro, pela não repetição de crimes como os de Mariana e Brumadinho e pela valorização da vida, bem irreparável”.

Não à impunidade, diz AVABRUM

Nesta terça-feira (24/01), a Justiça Federal acolheu a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra 16 executivos da Vale e da empresa de consultoria alemã Tüv Süd, que atestou a estabilidade da barragem que se rompeu, por homicídio qualificado pelas 270 mortes causadas pelo rompimento. A AVABRUM considera que foram 272 vítimas perdidas, pois duas mulheres gestantes e seus bebês estão entre as vítimas.

A ação criminal começou a tramitar na Justiça Estadual de Minas Gerais em fevereiro de 2020, mas cerca de um ano depois a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a Justiça Federal era a responsável por julgar a ação, acatando um pedido da defesa de dois réus, entre eles o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman.

Esse entendimento da Sexta Turma do STJ foi ratificado pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro do ano passado. Em consonância com a decisão da Segunda Turma do STF, a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, determinou, na quarta-feira da semana passada (18/01), que a Justiça Federal em Minas Gerais promovesse o imediato andamento do processo penal com o argumento de que há risco de prescrição de crimes apontados pelas investigações da tragédia.


Nesta segunda-feira (23/01), o MPF adotou as medidas necessárias para dar prosseguimento ao caso criminal: o MPF ratificou integralmente a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) em janeiro de 2020 (que deu origem à ação criminal que tramitava na Justiça do Estado de MG).


A ação ficará sob a responsabilidade da 2ª Vara Criminal Federal de Belo Horizonte (antiga 9ª Vara). Em nota do MPF, a procuradora federal Mirian Moreira Lima disse que se tornou urgente ratificar a denúncia do MPMG diante do teor da decisão da ministra Rosa Weber, que destacou o risco de prescrição de crimes denunciados.


A AVABRUM acolhe de forma positiva a decisão da Justiça Federal e reitera o amplo apelo por Justiça pelas 272 vidas, lembrando que duas mulheres estavam grávidas. A Justiça quando é lenta se torna falha. O crime sem punição se torna recorrente.


A associação apela para que a Justiça julgue este caso com agilidade e repudie manobras jurídicas que só têm o intuito de atrasar e postergar a decisão soberana. Esta é a esperança e a luta da AVABRUM por 272 vidas sepultadas vivas pela negligência e ganância.

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