Na política sempre há uma razão para determinadas decisões.
Recentemente, acompanhamos todo o alvoroço acerca de Ângelo Tadeu, marido da prefeita Eloísa, que ocupava o cargo de chefe de gabinete mesmo com a decisão da Justiça de proibi-lo de ocupar cargos públicos por determinado tempo, o que fez com ele não pudesse concorrer às eleições passadas e lançasse Eloísa na disputa. Foi feita denúncia no Poder Legislativo que acabou decidindo por não investigar. O governo, claro, defendeu que não havia irregularidades, porém, semanas após a decisão da Câmara, a prefeitura lançou uma nota informando a exoneração de Tadeu dizendo que sua saída seria para se dedicar à campanha eleitoral de pré-candidatos a deputados da base. O que a nota não disse é que existe uma recomendação do Ministério Público, com data de 25 de abril, por meio da 2ª Promotoria de Justiça, orientando a exoneração por princípios legais e até constitucionais.
Quando alguém se candidata a um cargo público é comum ter elaborado sua plataforma de governo, seus projetos e suas ideias. No entanto, há coisas que não precisam constar no plano por serem fundamentais no plano ético. Uma delas é a transparência que o povo de Pedro Leopoldo merece. Talvez, fosse até mais interessante se a prefeitura o enxonerasse e dissesse que, observadas as questões legais e morais, o governo estaria optanto pela exoneração de Tadeu. Não há problema nenhum em dizer que estava equivocado, mas acham mais bonito inventar desculpa, fincar uma bandeira e dizer que nunca esteve equivocado.
Algo tem que ficar muito claro: as cidades precisam de governantes, não de donos. Os políticos, sejam eles de qualquer partido, precisam compreender que a política é para o bem da sociedade e não apenas para interesses próprios. Ao mesmo tempo em que traçam brigas em volta dos próprios egos, poderiam gastar energia e defender a cidade contra o pedágio a ser instalado na MG-424, por exemplo.
A política em Pedro Leopoldo precisa perder o seu caráter coronelista e populista. Ou trabalham com seriedade e melhoram a vida da população ou continuam brigando por vaidades e se matando por poder.
Seria interessante que todo político fosse ao cemitério e olhasse bem. Poderosos ou não, ricos ou pobres, com mandatos ou sem, todos terminam no mesmo lugar. A vida é um xadrez onde peão, rei e rainha vão para a mesma caixa no fim do jogo.
Carlos Vieira
Comentarista Político – Rádio PLFM
Intagram: @REPORTERCARLOSVIEIRA
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