IBGE começa a coleta do Censo 2022

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Após dois adiamentos – em virtude da pandemia, em 2020, e de cortes orçamentários, no
ano seguinte –, começa na próxima segunda-feira (01/08) a coleta do Censo Demográfico 2022,
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao longo dos próximos três
meses, mais de 183 mil recenseadores irão percorrer todo o território nacional para registrar os
endereços georreferenciados e aplicar os questionários nos domicílios, nesta que será a 13a
operação censitária do país. A projeção da população brasileira para este ano é de cerca de 214,8
milhões de pessoas, e o Censo servirá para atualizar o número de brasileiros, sua distribuição no
território e suas condições de vida.
Em Minas Gerais, a projeção populacional para 2022 é de 21,5 milhões de habitantes;
caberá aos 18,9 mil recenseadores verificar em campo quantos moradores havia no estado na
data de referência. Além dos recenseadores, cerca de 2,2 mil supervisores farão a verificação e
validação dos dados coletados. O IBGE conta ainda com um sistema de gerenciamento e
supervisão da coleta, por meio do qual será possível acompanhar os trajetos dos profissionais em
campo, a correta classificação de endereços, a coleta de dados dentro dos limites do setor
censitário – área de trabalho do recenseador – e a aplicação adequada dos conceitos presentes
no questionário e aprendidos no treinamento.
Depois do Censo, os trajetos e endereços georreferenciados irão compor um outro produto
atualizado: o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE). “O IBGE foi
pioneiro na captação de coordenadas de endereços já no Censo Agro 2007 – o primeiro a usar
equipamentos de coleta – e no Censo Demográfico 2010. Nestas duas operações, foram
capturadas coordenadas apenas para as áreas rurais, assim como no Censo Agro 2017. No
Censo Demográfico 2022, será a primeira vez que o IBGE vai captar também as coordenadas dos
domicílios urbanos. Para a produção de estatísticas, o benefício de ter a informação
georreferenciada no nível mais detalhado é poder fazer agregações de dados nos mais diversos
recortes geográficos”, ressalta o diretor de Geociências do IBGE, Cláudio Stenner.
Outro produto do Censo, também bastante aguardado, são os dados estatísticos sobre a
população brasileira, do nível local (setor censitário) ao nacional. Após 12 anos sem informações
para os menores recortes territoriais, o Censo trará, nos questionários básico e da amostra,
quesitos sobre idade, sexo, educação, trabalho, fecundidade, nupcialidade, migração, religião,
identificação étnico-racial, pessoas com deficiência e autismo. Haverá três modalidades de coleta
dos questionários: presencial – que, de acordo com a metodologia do Censo e com os testes,

realizados no fim do ano passado, será a forma predominante –, por telefone e pela internet. O
IBGE terá o Centro de Apoio ao Censo (CAC), central telefônica disponível pelo 08007218181,
que fará os contatos de lembrete com moradores que optarem por responder pela internet e
poderá auxiliá-los no preenchimento dos questionários.
Para se certificar de que a pessoa à sua porta é mesmo um agente de campo do IBGE, os
moradores podem entrar em contato pelo 0800 ou acessar o site respondendo.ibge.gov.br. Com a
matrícula do profissional, o morador terá a confirmação de sua filiação institucional e verá sua foto
no site do IBGE. Além disso, todos os recenseadores e supervisores estarão uniformizados com
colete, boné, crachá com QR-Code (outra forma de verificação da identidade) e dispositivo móvel
de coleta. É importante lembrar, ainda, que todos os dados fornecidos ao IBGE têm sigilo
garantido por lei e que todos os agentes estão orientados a respeitar os protocolos de segurança
sanitária vigentes durante a operação censitária.

Novidades do Censo 2022

Além da captação de coordenadas geográficas de todos os endereços do país, é a
primeira vez que o Censo trará quesitos relacionados à população que se identifica como
quilombola. Este é um avanço em direção à visibilidade estatística oficial dos povos e
comunidades tradicionais do país. Serão investigados, além do pertencimento quilombola e dos
nomes das comunidades, todos os demais aspectos dos questionários para a população
brasileira, de modo que será possível conhecer e comparar as condições de vida dos quilombolas
com as dos demais brasileiros. Outra novidade desta operação censitária é a aplicação do
Questionário de Abordagem junto a lideranças de outra comunidade tradicional: a dos indígenas.
Investigados desde o Censo 1991 – por meio do quesito de identificação étnico-racial –, os
indígenas terão aspectos de sua organização social, de trabalho, recursos naturais e de
infraestrutura apurados em mais detalhes.
O tema autismo também será investigado pela primeira vez em uma operação censitária
brasileira. Por determinação legal, o tema foi incluído no questionário e a inserção do quesito
permitirá conhecer quantas pessoas já tiveram o diagnóstico de autismo e quais são suas
características sociodemográficas.
Após a coleta e validação dos dados de todos os municípios brasileiros, a previsão é de
divulgação dos primeiros resultados do Censo no fim de 2022. Ao longo dos anos seguintes,
serão divulgados resultados mais detalhados do levantamento, em calendário a ser definido.

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