Minas Gerais se prepara para período sazonal de doenças respiratórias
Aumento nos repasses para as UPAs e no número de leitos pediátricos são algumas das medidas já adotadas para preparar a rede assistencial do estado
A proximidade do outono e do inverno marcam não só a chegada oficial do frio, mas também o período propício ao agravamento de doenças respiratórias. Atenta a esse cenário, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) já adotou uma série de medidas para preparar a rede assistencial do estado.
O aumento no investimento nas Unidades de Pronto Atendimento é uma dessas medidas. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, ainda em novembro de 2022, o valor dos repasses para as UPAs de todo o estado foi quadruplicado, passando de R$ 4.844.500,00 para R$ 19.378.000,00 mensais. “Por ano, totaliza R$ 232.536.000,00, que é até quatro vezes o valor historicamente enviado pelo estado para o custeio dessas unidades”, detalha Bacheretti.
Atualmente, há 67 UPAs com funcionamento 24 horas em Minas Gerais. Todas elas recebem incentivo financeiro do estado. A gestão dessas unidades prevê financiamento compartilhado com recursos dos governos federal, estaduais e municipais.
“De parte da Saúde estadual, o recurso para custeio das UPAs, que começou a ser repassado aos municípios já em novembro, é liberado quadrimestralmente e pode ser destinado, por exemplo, à contratação de pediatras e médicos clínicos”, explica o secretário de Saúde.
Mais CTIs
O secretário também destaca as qualificações feitas nos hospitais João Paulo II e João XXIII, em Belo Horizonte. “Prevendo essa possibilidade de aumento na demanda por atendimentos, o Hospital Infantil João Paulo II já tem a escala completa de pediatras. E o Hospital João XXIII está estruturado para abrir dez novos leitos de CTI, caso seja necessário”, adianta.
O diretor geral do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência do João XXIII, Fabrício Giarola Oliveira, reforça que a intenção, com esses novos leitos, é ampliar a cobertura assistencial no momento em que crescerem os casos de maior gravidade e os leitos existentes estarão ocupados. “Com esses novos leitos, conseguiremos atender aos pacientes pediátricos com síndromes respiratórias graves causadas por vírus na sazonalidade, como a covid-19, com maior tranquilidade”, explica o diretor.
Vacinação contra covid
Fábio Baccheretti aproveita para lembrar que a covid-19 faz parte do grupo de doenças respiratórias e, embora a vacina siga disponível para as crianças e demais públicos elegíveis, as coberturas vacinais registradas no público infantil ainda estão abaixo do esperado. Segundo o vacinômetro pediátrico da SES-MG, em 11/3/2023, para a primeira dose (D1), a cobertura estava em 51,24% e, para a segunda dose (D2), está em 37,47%.
As crianças são, naturalmente, um dos grupos mais afetados por doenças respiratórias. Os números do Sistema de Informações Hospitalares dos SUS apontam que, somente em 2022, 13.319 menores de 1 ano e 19.793 crianças de 1 a 4 anos foram internadas no estado devido a doenças do aparelho respiratório. “Por isso reforçamos para que pais, mães e responsáveis levem suas crianças ao posto de saúde, para garantir a proteção desse grupo e evitar possíveis agravamentos, especialmente durante esse período sazonal que durará cerca de três ou quatro meses”, afirma Fábio Baccheretti.
Vacina Bivalente
Outra parcela da população que merece especial atenção no período sazonal são os idosos. Minas Gerais iniciou em 27/2 a vacinação bivalente para pessoas acima de 70 anos. Também estão recebendo vacinas nessa fase da campanha pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILP), a partir de 12 anos; trabalhadores dessas instituições, a partir de 12 anos de idade; imunocomprometidos, a partir de 12 anos; pessoas das comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, a partir de 12 anos.
“A previsão é de que a fase 2 da campanha já contemple pessoas entre 60 e 69 anos de idade. Além disso, outros grupos, como gestantes e puérperas, por exemplo, serão contemplados nas demais fases da campanha, de acordo com a orientação do Ministério da Saúde”, declara Fábio Baccheretti.
Importante destacar que a divisão das ações de vacinação por fases se deve ao cronograma de distribuições de vacinas, mas os municípios podem avançar as fases subsequentes conforme a disponibilidade de vacina. Além disso, diante da abertura de frasco multidose para evitar o desperdício de doses, poderão ser vacinadas pessoas que estão nos grupos prioritários e que não estejam na fase atual de atendimento.
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