Municípios do Circuito das Grutas prestam homenagem a Peter Lund em Lagoa Santa
Evento “Semana Lund” contou com várias atrações sobre arqueologia e patrimônio, além da reverência ao pesquisador dinamarques que explorou a região no século XIX. Os municípios associados à Instância de Governança Regional (IGR) das Grutas prestaram uma homenagem ao pesquisador dinamarques Peter Lund durante a Semana Lund em Lagoa Santa.
Considerado o pai da Paleontologia Brasileira, Lund estaria comemorando 222 anos e para comemorar a Prefeitura organizou o evento, entre os dias 12 e 16 de junho, que contou com exibição pública do filme “O homem de Lagoa Santa”, VI Simpósio de Arqueologia, Homenagem a
Peter Lund, Entrega do Prêmio CAALE e da Medalha Lund.
No dia 14, junto ao túmulo do naturalista foi realizada uma cerimônia de homenagens e entrega da Medalha Lund à embaixadora da Dinamarca no Brasil, Eva Pedersen, e ao presidente do Museu de
História Natural da Dinamarca, Peter C. Kjaesgaard. Após um toque de silêncio, aconteceu o tributo com flores no túmulo entregues pelas autoridades e pelos municípios do Circuito das Grutas. Além
da gestora do Circuito das Grutas, Adriana Ferreira, estavam presentes representantes dos municípios de Sete Lagoas, Cachoeira da Prata, Prudente de Morais, Lagoa Santa, Matozinhos e
Confins.
Os estudos do naturalista possuem extrema relevância para a região do Circuito Turístico das Grutas,
uma vez que a rota que é a espinha dorsal do Circuito leva seu nome por terem sido as cidades por
onde passaram suas pesquisas: Belo Horizonte, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Sete Lagoas e
Cordisburgo. Por isso todos os anos o Circuito das Grutas e os municípios associados participam da
Semana Lund.
Peter Lund
Nascido em Copenhague, Peter Wilhelm Lund (1801-1880) era Bacharel em Letras e também
começou a cursar Medicina, mas logo seus interesses se voltaram para zoologia e botânica. Esteve
no litoral Brasileiro em 1825 em uma expedição e voltou em 1933 com o amigo L. Ridel, desta vez
para ficar. Consta que se mudou para o Brasil fugindo do clima nórdico, temendo a tuberculose que
vitimara dois irmãos. Numa excursão botânica a Minas Gerais, Lund e Riedel tomaram
conhecimento, casualmente por meio do explorador de salitre Peter Claussen, da existência de
grandes ossos em cavernas calcárias da região de Lagoa Santa. Lund morou e trabalhou mais de 40
anos em Lagoa Santa, na mesma casa, onde construiu um barracão para preparação e estudo de
fósseis. Ele também comprou e murou um terreno para ele e seus colegas serem enterrados quando
morressem, pois como eram protestantes não poderiam ser enterrados no cemitério católico. Na
época, Lund determinou que queria ser sepultado à sombra de um pequizeiro. Ao lado do túmulo,
marcado por uma lápide de mármore negro, foi erguido um monumento a Lund e a Eugene Warning
por iniciativa da Academia Mineira de Letras – hoje tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional.
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